Em algum momento, algum brasileiro já deve ter ouvido falar no Círio de Nazaré, mas você sabe como surgiu um dos maiores eventos religiosos do Brasil e do mundo?
A devoção a Nossa Senhora de Nazaré começou em Portugal. A imagem foi esculpida por São José e saiu de Israel no ano de 361. Por consequência de um combate, a imagem foi levada para Portugal, que no decorrer de anos ficou sumida. Em meados de 1119, a imagem foi encontrada. Grande parte da população passou a venerá-la após a divulgação do acontecido e, desde então, diversos milagres foram associados a ela.
No estado do Pará, no ano de 1700, às margens do Igarapé Murutucú (onde ficam os fundos da Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, na atual Travessa 14 de Março), o caboclo Plácido José de Souza encontrou uma pequena imagem de Nossa Senhora, levou-a para casa e colocou-a em um pequeno altar de miriti. No dia seguinte, a imagem teria desaparecido e, ao retornar ao igarapé, viu que a mesma estava lá. Ao sumir durante mais vezes e sempre reaparecer logo em seguida no mesmo local, a notícia acabou se espalhando de tal forma, que foi preciso a intervenção de autoridades civis e eclesiásticas da época, fazendo com que a imagem fosse levada ao palácio do governo, de onde também acabou sumindo e, reaparecendo às margens do mesmo Igarapé. Devido ao ocorrido, Plácido assimilou que a imagem teria que ficar no local onde fora encontrada, construindo uma pequena capela para ampará-la. Hoje, no mesmo lugar, encontra-se a suntuosa Basílica Santuário de Nazaré.


Em 1792, o Vaticano autorizou a realização de uma procissão em homenagem à Virgem de Nazaré. Assim, foi realizado o primeiro Círio em Belém do Pará, no dia 8 de setembro de 1793. Inicialmente, o Círio não ocorria em uma data fixa, podendo variar nos meses de setembro, outubro ou novembro, porém, em 1901, a procissão passou a ser realizada no segundo domingo de outubro. Substituindo cavalos ou bois que formavam uma espécie de “carruagem” para levar a imagem, em 1926, a berlinda passou a ser usada. Atualmente, estamos com a quinta berlinda da história do Círio, esculpida em cedro vermelho, carregando um estilo barroco e embelezada com flores naturais, ela é colocada em um carro com pneus, sendo direcionada pelos devotos que puxam a corda. Corda essa que está no Círio há 156 anos, desde 1855 (porém, inserida oficialmente na procissão apenas em 1885) quando a berlinda atolou por conta de uma tempestade. Com o passar dos anos, o número de fiéis aumenta gradativamente. Para a segurança da Santa, a partir de 1969, a imagem que era levada nas procissões do Círio foi substituída por uma cópia alterada, chamada de “imagem peregrina” No Pará, a festividade do Círio é tão poderosa, a ponto de ser igualada ao Natal e, assim como o Natal, um rico banquete com comidas típicas é preparado para o dia do acontecimento, junto aos cartazes da Santa na porta das casas e prédios, chuvas de papéis picados e laminados voando pelas ruas da cidade e, corais cantando os hinos compostos especialmente para esse dia.


A devoção a Nossa Senhora de Nazaré remete-se também ao início da colonização portuguesa: O termo “Círio” significa grande vela de cera. Com o passar do tempo, passou a ser o nome da procissão de Nossa Senhora de Nazaré não só na cidade de
Belém, como em diversas outras cidades no interior do Pará, por ser a lembrança mais importante dos fiéis nas procissões em Portugal.

Por: Luana Lago Correa – Fontes Bibliográficas:http://ciriodenazare.com.br/site/cirio/historia/ http://www.portalcatolico.org.br/…/A-HIST%C3%93RIA-DO-C%C3%…