No século XIX, quando a região norte vivenciou a chamada Belle Époque, a Praça Batista Campos não passava de uma propriedade particular conhecida como “Largo da Salvaterra”, que pertencia a Maria Manoela de Figueira e Salvaterra. Após sua morte, o ambiente foi transformado em uma praça pública, chamada de “Praça Sergipe”, em consideração a nova província brasileira.

Em 1897, Antônio Lemos, responsável por diversas obras na cidade, mudou o nome da praça para o que chamamos hoje, em homenagem a um dos principais personagens da cabanagem: Batista Campos, morto em 1834, mas sua inauguração ocorreu somente em 14 de fevereiro de 1904, formando, então, uma das áreas mais belas da capital, carregando um estilo baseado no romantismo inglês, composta de mangueiras e um coreto central, que nivelava o estilo da Belle Époque. Seguindo o projeto “jardim sem grades”, o local possuía/possui mais de dez entradas, com o chão pavimentado em pedras portuguesas com um padrão marajoara, lagos artificiais, onde podemos ver peixes, coreto, cursos d’água coberto com pontes e, sua principal característica: uma enorme quantidade de árvores nativas. Em 1983, a Praça Batista Campos foi tombada pelo município, porém em 1986, passou por uma restauração, ganhando novas equipagens e, procurando as características que foram perdidas durante a primeira reforma. Com o passar dos anos, a praça passou por diversas reformulações, ganhando novos equipamentos e revitalizações no espaço, mas o estilo original foi mantido, para que a história da cidade não fosse perdida. Sendo assim, podemos perceber que a partir dos anos 80 do século XIX, a capital vivenciou e experienciou um grande processo de urbanização, apresentando uma “metamorfose” na sua arquitetura, paisagem e comportamento catalogados em modelos europeus, especialmente no costume parisiense. Com essa introdução nos modelos de construção, notamos que a implantação de coretos nas praças de Belém foi decorrência do processo de evolução da urbe entre os séculos XIX e XX. A criação das praças, bosques e jardins foram influências europeias exigidas na época, tanto que ao andar pela Praça, podemos comparar o estilo com os bosques Românticos da Europa através postes de luz da época Belle Époque, dos coretos de ferro, entre outras características europeias que a Praça carrega.

Hoje em dia, a Praça Batista Campos tem o título de um dos ambientes mais bonitos da capital paraense, também classificada como um espaço cultural, onde as pessoas praticam atividades físicas, se divertem e buscam paz e sossego. O antigo jardim de quase 3 mil metros quadrados de área construída, localizado no grande quadrado constituído pelas ruas Serzedelo Corrêa, Mundurucus, Tamoios e Padre Eutíquio já ganhou o “Prêmio 100 Mais Brasil”, da Revista Seleções, como a mais bela praça do país. Em 2008, uma restauração foi feita na Praça, que aderiu uma aparência mais estruturada e contemporânea, porém sua particularidade foi mantida, como o ajardinamento sem grades, as plantas ornamentais, as pontes, os bancos, os coretos de ferro com os mais variados detalhes em suas colunas, seu teto com esculturas de animais, colunas de capiteis com a mesma proporção de tamanho, o chafariz e os córregos. Vemos que a biodiversidade de séculos refletida atualmente, contribui para tanta beleza e conforto em um só lugar, revertido de detalhes originários da arte europeia – apesar das épocas serem diferentes -, uma arte singular, simples e sem tantos detalhes, são características presentes no período da arte Greco-Romana, Renascentista e Barroca.
Todos os dias, centenas de pessoas passam pela Praça, por isso, sua preservação é essencial. É necessário lembrar da importância da comunidade no mantimento do local, principalmente nas tomadas de decisões sobre o mesmo, para que sua “elegância europeia” não se perca. Antigamente, era possível ver senhoras com vestidos longos, importados e caros passeando pelo antigo jardim, com suas sombrinhas; os homens de paletó e gravata apreciando a vista; meninos com suas boinas e suspensórios, brincando com bolas de couro. A época mudou, mas ainda é possível ver as mulheres caminhando, porém no lugar dos longos vestidos, vemos shorts e camisetas; os homens de bermuda e chinelos; as crianças de bonés e bolas de plástico, provando que a Praça nunca perdeu sua essência, nem mesmo depois de mais de um século de existência.

Fontes Bibliográficas: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pra%C3%A7a_Batista_Campos http://percorrendobelem.blogspot.com.br/2014/02/conforto-ambiental.html