Você sabia que o encontro entre portugueses e tupinambás mudou definitivamente a história e geografia da região amazônica? A partir desse primeiro contato que colonos e soldados estabeleceram com os índios, o núcleo da nova cidade foi construído, incluindo uma fortificação: o Forte do Presépio, que servia de abrigo e reduto de guerra aos colonos, após a dominação da mata e os caminhos por ela abertos, para usufruírem de seu interior, paralelos ao Rio Guamá e à Baía do Guajará. Nos primeiros anos, com o auxílio do trabalho indígena, colonos e soldados abriram caminhos que se transformaram nas primeiras ruas da cidade, com construções mais humildes, de madeira, cobertas de palha e de chão batido. Os bairros surgiram desde o século XVII, e entre eles, o bairro do Jurunas, que além de ser um dos bairros mais populosos da capital paraense, carrega o nome de uma tribo indígena, sem contar as ruas que também receberam nomes de tribos indígenas, como Tupinambás, Tamoios, Mundurucus, Timbiras e Apinagés. A seguir, veremos mais sobre a história do nome dessas ruas, que fazem parte da nossa história também e enchem a nossa memória de curiosidades e fatos inusitados.


Mundurucus: Chamados também de Munduruku, Possuem uma população de 11.630 ou até mais mais pessoas, que se distribuem em cerca de trinta aldeias. São rivais dos parintins, que significa “formiga vermelha”. De acordo com o seu mito de origem, os mundurucus foram criados por Karosakaybo, na aldeia Wakopadi, aos arredores do rio Krepori. Os primeiros contatos registrados com os não-índios começaram na segunda metade do século XVIII, época em que os mundurucus comandavam o vale do rio Tapajós. Após sua derrota frente às expedições militares portuguesas, eles foram alojados em aldeamentos missionários, onde passaram a fornecer as “drogas do sertão”. Com a chegada do ciclo da borracha, a presença de não índios em território mundurucu aumentou, no século XIX.

Tamoios: A expressão “Tamoio” significa “avós” em tupi, mostrando que eles eram o grupo tupi que havia se instalado no litoral brasileiro há mais tempo. Pode se referir aos índios tupinambás, que habitaram a Guanabara até o século XVI, cujo território se estendia desde o litoral leste do Rio de Janeiro, até o litoral norte do estado de São Paulo, ou pode se referir à aliança de povos indígenas brasileiros do século XVI, comandada pela nação tupinambá.

Tupinambá: Povo indígena brasileiro que residia em duas regiões da costa brasileira: margem direita do rio São Francisco até o Recôncavo Baiano e do Cabo de São Tomé, no estado do Rio de Janeiro, até São Sebastião. Era o povo indígena mais conhecido de toda a costa brasileira pelos navegantes europeus do século XVI. Atualmente, o principal grupo tupinambá vive no sul do estado da Bahia: os Tupinambás de Olivença. O termo “Tupinambá” significa “descendentes dos primeiros pais”, mas também pode ter diversos sentidos, como “todos da família dos tupis”, por exemplo.

Apinagés (ou Apinajé): Povo indígena que habita as terras encontradas entre a margem esquerda do Rio Tocantins e a margem direita do rio Araguaia, no norte do estado do Tocantins, na região conhecida como Bico do Papagaio. Sua população forma um total de cem mil pessoas, que habitam 14 aldeias. Seis delas estão próximas às margens dos afluentes do rio Tocantins, todas formadas por grupos nativos da aldeia principal delas, chamada Mariazinha. Os Apinajé podem ter sido descobertos pela companhia jesuíta que, entre 1633 e 1658, empreenderam quatro entradas rio Tocantins acima, a fim de catequizarem índios para as aldeias do Pará, mas os primeiros documentos que se referem a este povo são do século XVIII.

Timbiras: Nome que intitula uma mescla de povos indígenas do Brasil, que falam a língua timbira. Os grupos timbira se localizam no sul do Maranhão, leste do Pará e norte do Tocantins. Os que estão mais para sudeste, vivem um espaço relativamente plano, obstruído por morros de paredes verticais e cimos chatos, muitas vezes escalonados, cobertos pelo cerrado, cortados por cursos d’água ao longo dos quais se estendem matas ciliares.
Os do noroeste, ficam entre o cerrado e a floresta Amazônica, como os Apinayé, Pukobyê, Krinkatí, Kukoikateyê, como os Gaviões do Oeste e os Krenyê. A obtenção das terras timbiras pelos brancos ocorreu em sua maior extensão no primeiro quartel do século XIX, entre a extinção do Diretório dos Índios pombalino na última década do século anterior e a primeira disposição legal atribuída a índios do Brasil independente.

Concluímos que o bairro situado na zona sul de Belém carrega não apenas uma diversidade característica da região, mas também traz em suas ruas um valor histórico, rico da cultura indígena. A herança e contribuição que os povos indígenas trouxeram para a formação dos costumes brasileiros vai além dos nomes de ruas: vai da comida à forma como as doenças são curadas. Tal influência se expandiu, chegou na vida dos brasileiros e entrou em nosso cotidiano, deixando suas marcas enraizadas em muitos detalhes de nossas rotinas.

Gostou de saber um pouco mais sobre a origem do nome de nossas ruas? Quer saber mais sobre a nossa história? Junte-se ao Portal Paramazônia e fique por dentro da nossa cultura.

Fontes Bibliográficas: http://revistas.pucgoias.edu.br/index.php/mosaico/article/download/573/457 https://pt.wikipedia.org/wiki/Timbira_(povos) https://pt.wikipedia.org/wiki/Apinaj%C3%A9s https://pib.socioambiental.org/pt/c/quadro-geral https://pt.wikipedia.org/wiki/Mundurucus https://pt.wikipedia.org/wiki/Tupinamb%C3%A1s https://pt.wikipedia.org/wiki/Povos_ind%C3%ADgenas_do_Brasil