O Museu Paraense Emílio Goeldi, localizado em Belém do Pará, é uma instituição pública reconhecida mundialmente como uma das mais importantes instituições de investigação científica sobre a Amazônia brasileira. A instituição mais antiga da região tem vínculo com o Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação, dispondo recursos para conhecimentos nas áreas de ciências naturais e humanas ligadas à Amazônia, promovendo conhecimentos sobre sistemas naturais e socioculturais através de análises e estudos científicos dos sistemas culturais e naturais da região amazônica.

Criado em 1866, tinha o estudo da natureza (fauna, flora, geografia, geologia e também as questões que envolviam a história do Pará e Amazonas) como principal objetivo. Como na segunda metade do século XIX a cidade crescia financeiramente por conta da exportação da borracha, a necessidade de ter um museu aumentava cada vez mais, visto que expandir a cultura era essencial. O século XIX foi o topo das expedições naturalistas na Amazônia, recebendo viajantes ingleses, alemães, franceses, italianos, estadunidenses e russos.
O Brasil se tornou um país mais acessível para os viajantes e artistas que estavam ansiosos para descrever a natureza amazônica. Com a expansão da cidade e a transformação de Belém em uma metrópole, em 25 de março de 1871, o governo do Estado do Pará implantou, oficialmente, o Museu Paraense, tendo Domingos Soares Ferreira Penna como diretor. O museu passou por dificuldades por mais de duas décadas e, foi apenas em 1894, com a ajuda do novo Governo Republicano e com a direção do zoólogo suíço Emílio Goeldi, que o Museu Paraense recebeu uma estrutura aceita nas normas dos museus científicos adotadas por todo o mundo. Uma produtiva equipe de cientistas e técnicos foi contratada; seções de Zoologia, Etnologia, Geologia, Botânica e uma Biblioteca especializada em conteúdos de Ciências Naturais e Antropológicas também, além dos assuntos amazônicos em geral e da criação do Parque Zoobotânico para o lazer e educação da população.


Devido os serviços prestados por Emílio Goeldi não somente ao Pará, mas para o Brasil também, em dezembro de 1900, através de decreto, o Museu Paraense passa a se chamar Museu Goeldi e, em 1931, recebe o nome atual, Museu Paraense Emílio Goeldi. Como desde de 1850 a Febre Amarela era a responsável por uma enorme quantidade de mortes em Belém, dois pesquisadores recém-chegados da Europa para trabalhar na Seção de Geologia do Museu, acabaram se tornando algumas das vítimas, então, Emílio Goeldi decidiu juntar-se à luta contra a doença, investigando e identificando as principais espécies de mosquitos da Amazônia. A partir de 1902, as pesquisas se intensificaram e, Goeldi publicou um trabalho sobre a prevenção e combate à Febre Amarela, no Diário Oficial.
Em 1931, devido aos investimentos regulares, o Parque Zoobotânico tornou-se reconhecido nacionalmente, a ponto de abrigar 2.000 exemplares de animais vertebrados e espécies da região. Tal reconhecimento aconteceu graças aos auxílios que o Governo Estadual estabeleceu às prefeituras do interior, submetendo-as a destinar animais mensalmente e parte de sua arrecadação ao Museu. Unicamente nos três primeiros anos de coletas sistemáticas, cinco novas espécies de peixes foram publicadas. Na década de 1970, o
enquadramento do ambiente do Parque Zoobotânico limitava e, consequentemente, impedia o crescimento do Museu e, esse foi principal motivo para o acréscimo de um campus de pesquisa, na área periférica de Belém, onde os departamentos de pesquisa, biblioteca e administração seriam transferidos.


Atualmente, o Museu possui três bases físicas: A primeira, instalada em 1895, conhecida como Parque Zoobotânico, encontra-se no centro urbano de Belém. Nele, localizamos as Coordenações de Administração e Museologia, a Diretoria, a Assessoria de Comunicação Social e a Editora do Museu. Atualmente, o Parque é uma das mais importantes áreas de entretenimento da população e, também é utilizado como recurso de educação científica e ambiental, apresentando em torno de 2.000 árvores nativas, como cedro, acapu e samaúma; 600 animais, como a onça pintada, arara azul e o peixe-boi. O Parque recebe mais de 400 visitantes por ano, tanto moradores de Belém, quanto turistas. A segunda área foi inaugurada em 1980, nos arredores da cidade, onde foram transportadas as coordenações científicas e a Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna, Arquivo Guilherme de La Penha, o Horto Botânico Jacques Huber e diversos laboratórios institucionais. A terceira e mais recente base Estação Científica Ferreira Penna (ECFP), inaugurada em 1993. A área foi cedida pelo IBAMA e a base foi construída com recursos da Overseas Development Administration (ODA), atual DFID/Reino Unido. A ECFP disponibiliza-se à realização de programas de pesquisa e ações de desenvolvimento comunitário nas áreas do conhecimento, possuindo uma ótima infraestrutura para o desenvolvimento de pesquisas em ambientes de floresta primária, sendo muito visitada por cientistas de instituições nacionais e estrangeiras.


Gostou de saber mais sobre a história do nosso Museu e quer saber mais sobre a nossa cidade? Junte-se ao Portal Paramazônia e fique por dentro dos mais variados assuntos abordados.

Fontes Bibliográficas: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=719&Itemid=192 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Museu_Paraense_Emílio_Goeldi