Por Tito Garcez – Após partir do porto de Marudá e navegar pela baía de Marapanim, desembarcamos no porto do Algodoal, que fica na vila de mesmo nome, na ilha de Maiandeua. Ao final da rampa de acesso, podem ser vistas muitas charretes – que lá são carroças com algumas modificações, as quais são o principal meio de locomoção do lugar. Caso o visitante resolva pernoitar, e tenha uma grande quantidade de bagagens, é aconselhável utilizá-las no trajeto até o meio de hospedagem, que geralmente gira em torno de 10 a 20 minutos de caminhada, sendo o trecho inicial percorrido na praia da Caixa d’Água, que fica em frente à vila.
Em frente ao porto podem ser vistas, também, placas onde constam informações sobre a APA – Aérea de Proteção Ambiental na qual a ilha se encontra e, também, placas artesanais que contém, inclusive, uma tabela de preços para uso das charretes. Rua florida na vila do Algodoal, na ilha de Maiandeua, no Pará Rua florida na vila do Algodoal, na ilha de Maiandeua, no Pará –


Placa e mapa da APA – Área de Preservação Ambiental Algodoal-Maiandeua, no Pará Placa e mapa da APA – Área de Preservação Ambiental Algodoal-Maiandeua A Vila do Algodoal é a principal da ilha, tanto por seu tamanho como por ser praticamente a única que possui meios de hospedagem. As outras, chamadas de Camboinha e Fortalezinha, abrigam principalmente pescadores. Da principal vila é possível chegar à Praia da Princesa – a mais famosa – e à Lagoa da Princesa, que são os atrativos mais visitados do lugar.


Todas as ruas da vila do Algodoal são de terra, o que ajuda a dar ao lugar a ideia de um local rústico. E nelas, a única preocupação que tem que ter é com as charretes, já que veículos motorizados são proibidos. A infraestrutura no geral também é simples. Além das casas de moradores que vivem da pesca, do turismo ou de serviços, podem ser encontradas algumas casas de veraneio e várias pousadas, sendo a maioria delas rústicas, ideais para quem busca simplicidade. A Pousada ABC possui alguns quartos simples e no seu terreno funcionam também um camping e um redário. As diárias nos quartos têm tarifas a partir de R$50,00. No camping, o valor é de R$10,00 por pessoa e no redário, R$20,00.

Para quem busca um local tranquilo, a baixa temporada é uma ótima pedida, pois a ilha está mais vazia, sem muito agito e sem a azaração que fez com que ela fosse apelidada, pelos paraenses, com o título de “ilha da perdição”. Quando fui, mesmo sendo um final de semana, estava longe de parecer um local voltado à azaração. A tranquilidade imperava, tanto de dia quanto à noite. Era possível, por exemplo, caminhar tarde da noite mesmo com as ruas vazias e mal iluminadas, e a sensação de segurança era notável.


Talvez pelo fato de casos de violência só serem observados em épocas de maior movimento (e descontrole) como no Carnaval, a delegacia permanece fechada na maior parte do ano.

As ruas tranquilas da vila são um convite a uma despretensiosa caminhada. É possível conhecer todas as ruas em questão de minutos e de cruzar com a mesma pessoas diversas vezes. Há, inclusive, quem não tenha aparelho celular por usar a justificativa de que é fácil encontrar alguém realizando uma pequena caminhada e perguntando a quem esteja no caminho. E quem o diz tem razão. Aliado a isso, está o fato de que na ilha existe uma deficiência na comunicação via telefonia móvel. Dentre as quatros principais operadoras nacionais, a Vivo é a que melhor funciona, mesmo assim, o sinal é instável. Portanto, é melhor não contar muito com isso.


Um dos principais pontos de encontro dos moradores e dos turistas é a praça da vila, essa sim urbanizada, com algumas lanchonetes, bancos e floridos Flamboyants que não parecem ser comuns àquela região, mas que deixam o local ainda mais belo. E esse é um dos locais mais bem iluminados da vila. Por falar em iluminação, a energia elétrica é um tanto nova na localidade. Ela foi implementada há não mais que seis anos. Antes, tudo funcionava graças a geradores. Os locais disponíveis para alimentação são limitados, sobretudo na baixa temporada – tirando os feriados, a alta temporada ocorre principalmente no mês de julho, no chamado verão amazônico.


Para não dizer que o visitante não será atacado por nada, no período que mais chove, no chamado inverno amazônico, que vai de dezembro a abril, os chamados Carapanãs – ou muriçocas – fazem a festa. Portanto, repelentes são itens de necessidade básica, principalmente a partir do final de tarde. E, por precaução, é melhor tê-los à disposição em qualquer época do ano.
Caso a pessoa deseje ter comodidade tanto no transporte até a ilha como na hospedagem nela, é aconselhável entrar em contato com a Algodoal Turismo, empresa que realiza traslados a partir de Belém e faz reservas em meios de hospedagem da ilha. Além do site, é possível entrar em contato através do e-mail atendimento@algodoalturismo.com.br e dos números +55 (91) 3352-0841 / 8201-3653.


Esta postagem teve como objetivo mostrar um pouco do local que serve como base para aqueles que visitam os principais atrativos. Sendo assim, nas próximas publicações serão mostradas algumas das atrações da ilha, portanto, não deixe de conferir os relatos sobre as situações e paisagens impressionantes que puderam ser vivenciadas e conhecidas. 😉